A tecnologia RFID está transformando diversos setores
O avanço tecnológico permitiu observar uma série de progressos no gerenciamento e logística de mercadorias e produtos dos quais o código de barras é a tecnologia mais usada. Outra novidade, a Codificação Eletrônica de Produtos (EPC – Eletronic Product Code), já está sendo implementada e, nos próximos anos, terá uma escala maior, alterando a forma como produtos são comercializados e gerenciados.
A etiqueta RFID
Uma das vertentes do EPC é etiqueta eletrônica (E-tag – Eletronic Tag). Trata-se basicamente de uma etiqueta composta de um microchip, contendo o código, informações sobre o produto e uma antena de rádio frequência que utiliza a tecnologia de RFID (Radio Frequency Identification – Identificação por Rádio Frequência).
Essa antena transmite as informações para leitores de código, possibilitando o gerenciamento de produtos sem que os mesmos sejam manipulados fisicamente. Dessa forma, reduz-se o tempo, agiliza-se a cadeia produtiva e de consumo e propicia maior segurança no controle físico.
Entre as aplicações práticas para a E-tag podemos citar:
- Identificação automática de produtos: não é preciso abrir uma caixa para fazer a identificação, seleção, contagem e catalogação de itens. O consumidor poderá passar direto com o carrinho pelo caixa de uma loja e o conteúdo será registrado automaticamente, reduzindo-se as filas e tempo de atendimento.
- Segurança e controle de fluxo de produtos: um maior controle do fluxo de produtos poderá ser efetuado reduzindo riscos de roubos, perdas de mercadorias (como o que ocorre nos supermercados do Brasil) ou acesso não autorizado para as mesmas.
- Rastreabilidade e logística de produtos e/ou mercadorias: a rastreabilidade de produtos e mercadorias se torna muito mais fácil, assim como a determinação de estoques mínimos e períodos de reposição dos mesmos com aplicações, por exemplo, para livrarias, bibliotecas, arquivos de documentos empresariais, entre outros.
- Informações médicas e pessoais: Imagine você chegando no hospital e o médico, por meio de um leitor em seu cartão do plano de saúde, saber todo o seu histórico segundos antes do início da consulta? Ou, então, ao chegar em uma academia de ginástica, os aparelhos que você irá usar estarem preparados para você?
Assista ao vídeo abaixo com o comercial da IBM que exemplifica como a tecnologia RFID funciona:
As preocupações
Entretanto, como toda nova tecnologia, sempre surgem preocupações com o uso inadequado, e a E-tag já desperta a atenção para alguns possíveis problemas:
- Privacidade: qualquer um com um leitor de RFID poderia saber o que uma pessoa tem em uma sacola ou no porta-malas do carro;
- Segurança: Pessoas fora de um armazém ou residência poderiam saber exatamente o que há no interior dos mesmos e utilizar tais informações com finalidades criminosas.
Já estão sendo projetadas alternativas para gerenciar estes possíveis problemas decorrentes da nova tecnologia.
O mais importante de tudo é que, com o passar do tempo, temos à nossa disposição tecnologias que antes só poderiam ser vistas em filmes de ficção, e devemos pensar nos melhores usos das mesmas, para tornar o nosso dia a dia cada vez melhor e com mais qualidade.
Como funciona?
Para capturar os dados, a tecnologia RFID necessita de quatro equipamentos: uma antena, responsável por propagar os sinais; o chamado middleware – o software que será usado pelo sistema; as tags, que serão inseridas em cada um dos equipamentos/itens que precisam ser lidos; e, por fim, os leitores, responsáveis por receber as informações das tags e repassá-las ao middleware.
Apesar de a tecnologia ser muito eficiente, é importante ter em mente que ela deve ser evitada em alguns tipos de uso, como soluções de segurança, identificação de pessoas (controle de acesso), identificação de materiais muito pequenos, leitura de caminhões que transportem itens externos ou materiais com líquidos.
Essas preocupações estão relacionadas ao fato de estar evoluindo aspectos a respeito da privacidade e da segurança das informações fornecidas.
Os cuidados necessários para um projeto
Mesmo nas áreas nas quais há recomendação pelo uso da tecnologia, há necessidade de montar um projeto específico, que precisa levar em conta vários detalhes:
- O espaço no qual será usada a tecnologia, evitando que fenômenos como a reflexão, absorção e refração atrapalhem o desempenho;
- A direção da antena;
- O tipo de frequência usada (baixa, alta, UHF, por ondas);
- A quantidade e o tipo de tags, passivas (sem baterias) ou ativas (com baterias);
- Qual será a distância de leitura e a performance necessária.
Todas essas informações são fundamentais para o projeto funcionar com perfeição, assim como simplificar a escolha dos equipamentos ideais para o seu negócio.
As diferenças entre as tags
As tags passivas precisam da energia fornecida pelos leitores, que, em geral, apresentam um custo maior e baixa flexibilidade, mas contam com uma vida útil mais longa. Em geral, são usadas em processos nos quais não há necessidade de retorno. Por outro lado, as tags ativas necessitam de bateria, sendo maiores e tendo mais custo, mas demandando leitores mais simples.
Dois de seus principais benefícios são a escalabilidade e a possibilidade de integração com outros sistemas, relacionados à temperatura, à pressão, ao acionamento, entre outros.
As frequências
Pode ser baixa, alta, UFH ou em ondas. Cada uma delas conta com vantagens, desvantagens e custos específicos. Em uma avaliação simples, as baixas frequências oferecem as performances mais baixas – embora possam ser muito úteis para a identificação de veículos, por exemplo –, enquanto as de ondas são as mais avançadas, sendo aplicadas a processos que demandam mais atenção aos detalhes.
Onde essa tecnologia está sendo aplicada no mundo real?
- Cadeia Logística – Trata-se de uma das áreas mais complexas de um negócio, na qual há uma necessidade constante de incrementar a eficiência, reduzir os erros e aumentar a qualidade – está relacionada ao conceito de logística 4.0. A melhora resulta em mais controle, mais satisfação dos consumidores e proporciona confiabilidade das informações para as empresas.
- Rastreio de estoques – Imagine contar o seu estoque em questão de minutos? No caso de um varejista do ramo de alimentos, descobrir quantos itens estão próximos do vencimento e podem ser colocados em promoção imediatamente? A tecnologia RFID, quando integrada a um sistema de gestão, é capaz de ter sucesso nesse tipo de tarefa.
- Rastreamento de itens – Em determinados segmentos, a empresa tem a obrigação prevista em lei de acompanhar o andamento do produto: de sua produção até o ponto de vendas – em alguns casos, até a destinação final. Esse rastreamento dá à empresa a possibilidade de ter informação sobre o tempo de deslocamento, o prazo de vendas, os problemas. É possível até mesmo acompanhar essas informações em tempo real, dependendo do nível da tecnologia empregada.
- Corridas de rua – Sempre falamos de usos no meio corporativo, mas muitos corredores de rua se apropriam da tecnologia RFID e nem sequer têm conhecimento disso. Os chips presos aos tênis são usados para monitorar o tempo de cada atleta e para confirmar se eles passaram por todos os postos de controle, garantindo a confiabilidade da cronometragem e da competição.
- Medir resultados em eventos – Como saber se o seu estande em um evento fez sucesso? Quantas pessoas permaneceram lá? Por quanto tempo? Nas palestras apresentadas, os auditórios estavam cheios? A tecnologia RFID está sendo usada em eventos, como um método não invasivo para identificar o perfil de comportamento dos usuários em eventos. Basta inserir uma tag no cartão do visitante e investir para que cada stand e cada auditório faça esse tipo de levantamento. A partir disso, o evento ganha em interesse pelas empresas (em função da possibilidade de obter os resultados dos visitantes) e pode contar com menos colaboradores para essa organização. É possível, inclusive, controlar o acesso dos visitantes apenas às áreas autorizadas, entre outras possibilidades.
- Gestão de energia – Alguns hotéis estão usando a tecnologia para identificar se o quarto está ocupado, controlando automaticamente as luzes, aparelhos elétricos (como televisões) e, sobretudo, o ar-condicionado. Trata-se de um investimento que se paga em curto prazo em função do excelente custo-benefício.
- Bibliotecas – Bibliotecas do mundo estão trocando o sistema mais comum, que leva o código de barras em todos os livros pela tecnologia RFID. Isso simplifica o controle do acervo, a localização e identificação de livros fora de posição, diminui o índice de violações e roubos, entre outras utilidades. Dessa forma, os próprios colaboradores podem se fixar mais em suas tarefas do que em questões burocráticas: é a tecnologia simplificando a vida dos colaboradores.
Você conhece mais alguma aplicação da tecnologia? Tem outras dúvidas sobre o seu funcionamento? Entre em contato para que nós possamos te ajudar!