O que a Kodak ensina aos empreendedores?
Reinventar-se. Uma palavra complicada para o universo dos negócios, mas que se torna cada vez mais fundamental. Quem imaginou que o monopólio dos táxis no Brasil seria combatido por aplicativos como o Uber ou Cabify? Ou que você poderia viajar para Nova Iorque e alugar um quarto ou o apartamento de uma pessoa desconhecida em vez de pagar US$ 300 em um hotel? E esses serviços, como em um piscar de olhos, estão disponíveis em todo o mundo.
O ponto é: atualmente, nunca se sabe quando ou de onde pode surgir o seu principal concorrente, com preços muito mais atrativos e produtos mais relevantes para o seu público – desafiando barreiras como a legislação e até mesmo a regulamentação em áreas coordenadas pela administração pública. Nesse contexto, a Kodak se transformou em um dos cases mais relevantes dentro da área de gestão. O motivo? Uma aposta errada para o futuro que culminou na falência da empresa. Por isso e para fugir disso, o planejamento é muito importante.
Fundada em 1888, a Kodak chegou a ter um market share de 90% nos filmes fotográficos e de 85% nos aparelhos. A companhia começou a investigar outros meios de ganhar corpo neste mercado e foi a primeira empresa do mundo a desenvolver a tecnologia para a fotografia digital – ainda na década de 1970. Apesar disso, foi uma das últimas empresas do ramo a desenvolver máquinas digitais, pois errou no momento de investir no mercado digital. A empresa foi desbancada por diversas rivais e declarou falência em 2012.
A Kodak ensina que, por maior que seja a importância e a representatividade de uma empresa em um segmento, é preciso estar em linha com as demandas do público para não perder a relevância. No caso da Kodak, houve uma confiança cega de que as máquinas de filme se manteriam no topo e o erro em não tentar ingressar neste mercado com uma antecedência maior. Há uma necessidade, no mundo de hoje, de se manter em contato com as tecnologias mais eficientes e de ser ágil.
Foco na inovação
A Kodak acabou, certo? Errado! Uma matéria do The New York Times investigou o que aconteceu com a Kodak após a sua falência. Com base na expertise nas indústrias ótica e química, um grupo de funcionários manteve a empresa aberta, aproveitando a venda de patentes relacionadas às imagens digitais para empresas como Facebook, Apple e Samsung por US$ 527 milhões.
Os recursos deram fôlego à empresa, que resolveu revirar o histórico de arquivos e patentes e pensar o que poderia se tornar um elemento do futuro. Em um mundo de mais de 7 mil patentes, a aposta está no uso de fios de prata, visando uma tecnologia mais barata e mais eficiente de touchscreen.
Além disso, a empresa passou a encubar novos negócios e identificar novas oportunidades. Sem o mesmo prestígio de outrora, a companhia, que acabou perdendo espaço por não apostar em novos mercados, pensa em seu futuro justamente na inovação.